Em “Coração Louco” (2009), o cineasta Scott Cooper não fez apenas um amálgama biográfico de alguns dos principais cantores da história da música country. O que ele atingiu com louvor foi uma tradução em formato de roteiro e imagens da própria essência do gênero. Melancólicas e sentimentais em sua maioria, as canções compostas e interpretadas pelo cantor Bad Blake (Jeff Bridges), decadente comercialmente (mas pleno de sentimento e inspiração na sua criatividade), revelam como, em boa parte dos casos, a obra de um artista é indissociável da sua própria vida.
A direção de fotografia e a edição em “Coração Louco” são clássicas, mas esse aparente convencionalismo formal se mostra como uma escolha estética acertada de Cooper. A serenidade na condução da trama apenas esconde os tormentos privados de Blake, mas que sutilmente pairam por todo o filme. E mais do que narrar um óbvio conto de queda e possível redenção, “Coração Louco” evidencia duramente a dificuldade em mudar uma personalidade auto-destrutiva, assim como da impossibilidade da reparação de alguns erros. A seqüência, por exemplo, em que protagonista fala sobre o filho que abandonou é impressionante pela exposição nua e crua da indiferença humana. No final das contas, a melhor forma de reparação para Blake parece mesmo ser traduzir as suas dores em forma de belas e doloridas canções.
Em uma produção como “Coração Louco”, não há como não falar da trilha sonora. Além de clássicos do country, o filme se destaca também pelas extraordinárias músicas compostas especialmente para ele. Para quem conhece o talento de T-Bone Burnett (o mesmo responsável pela direção musical memorável de “E Aí Meu Irmão Cadê Você” e “Could Mountain”), isso não chega a ser uma grande surpresa.
A direção de fotografia e a edição em “Coração Louco” são clássicas, mas esse aparente convencionalismo formal se mostra como uma escolha estética acertada de Cooper. A serenidade na condução da trama apenas esconde os tormentos privados de Blake, mas que sutilmente pairam por todo o filme. E mais do que narrar um óbvio conto de queda e possível redenção, “Coração Louco” evidencia duramente a dificuldade em mudar uma personalidade auto-destrutiva, assim como da impossibilidade da reparação de alguns erros. A seqüência, por exemplo, em que protagonista fala sobre o filho que abandonou é impressionante pela exposição nua e crua da indiferença humana. No final das contas, a melhor forma de reparação para Blake parece mesmo ser traduzir as suas dores em forma de belas e doloridas canções.
Em uma produção como “Coração Louco”, não há como não falar da trilha sonora. Além de clássicos do country, o filme se destaca também pelas extraordinárias músicas compostas especialmente para ele. Para quem conhece o talento de T-Bone Burnett (o mesmo responsável pela direção musical memorável de “E Aí Meu Irmão Cadê Você” e “Could Mountain”), isso não chega a ser uma grande surpresa.