À princípio, “Stoned” parece uma produção tipicamente sensacionalista. Afinal, focaliza os últimos dias da vida de Brian Jones, guitarrista fundador dos Rolling Stones, defendendo, inclusive, a polêmica versão de que o músico não teria morrido devido a uma overdose, como foi divulgado na época, mas sim assassinado por um pedreiro que trabalhava na sua bela casa de campo na época. O resultado final, entretanto, transcende a mera fofoca, sendo que “Stoned” se revela como uma obra que capta com sensibilidade e ironia não só a importância dos Rolling Stones, mas também o espírito de uma época (no caso, o fim dos anos 60).
Uma ótima sacada do diretor Stephen Woolley foi fazer com que o espectador contemple a trama sob o olhar de Frank Thorogood (Paddy Considine, num momento inspiradíssimo), o tal do pedreiro homicida. Thorogood, um tarefeiro bronco e conservador, ao trabalhar na residência de Jones (Leo Gregory, idêntico ao stone tanto no visual quanto nos trejeitos), vai ficando cada vez mais deslumbrando com o quotidiano hedonista do roqueiro, recheado de sexo e drogas. O próprio comportamento do pedreiro vai se alterando ao longo da história, com o mesmo ficando cada vez mais confuso e se enredando progressivamente na jornada auto-destrutiva de Jones. O choque entre dois indivíduos tão diferentes e o conseqüente entrelaçamento de suas vidas faz com que Woolley alterne a sua narrativa entre momentos crus (ao focalizar a rotina medíocre de Thorogood e a desestruturação pessoal de Jones) e seqüências de delírio visual relacionadas a orgias e uso de drogas.
Woolley também se revela como um conhecedor entusiasmado da história dos Stones. Em “Stoned”, passagens relevantes da história da banda (como a antológica passagem pelo Marrocos e o processo de desligamento de Jones do grupo) são focalizadas com paixão e um “didatismo” que chegam até a ser comoventes para os fãs não só da banda como de rock em geral.
Junto a obras recentes como “Johnny e June”, “A Festa Nunca Termina” e “Dreamgirls”, “Stoned” parece fazer um inventário do que melhor se produziu no rock e no pop nas últimas décadas, mostrando também como a vida e a mítica de alguns dos mais importantes artistas desses gêneros estão intrinsecamente ligados à música que esse pessoal produziu.
Uma ótima sacada do diretor Stephen Woolley foi fazer com que o espectador contemple a trama sob o olhar de Frank Thorogood (Paddy Considine, num momento inspiradíssimo), o tal do pedreiro homicida. Thorogood, um tarefeiro bronco e conservador, ao trabalhar na residência de Jones (Leo Gregory, idêntico ao stone tanto no visual quanto nos trejeitos), vai ficando cada vez mais deslumbrando com o quotidiano hedonista do roqueiro, recheado de sexo e drogas. O próprio comportamento do pedreiro vai se alterando ao longo da história, com o mesmo ficando cada vez mais confuso e se enredando progressivamente na jornada auto-destrutiva de Jones. O choque entre dois indivíduos tão diferentes e o conseqüente entrelaçamento de suas vidas faz com que Woolley alterne a sua narrativa entre momentos crus (ao focalizar a rotina medíocre de Thorogood e a desestruturação pessoal de Jones) e seqüências de delírio visual relacionadas a orgias e uso de drogas.
Woolley também se revela como um conhecedor entusiasmado da história dos Stones. Em “Stoned”, passagens relevantes da história da banda (como a antológica passagem pelo Marrocos e o processo de desligamento de Jones do grupo) são focalizadas com paixão e um “didatismo” que chegam até a ser comoventes para os fãs não só da banda como de rock em geral.
Junto a obras recentes como “Johnny e June”, “A Festa Nunca Termina” e “Dreamgirls”, “Stoned” parece fazer um inventário do que melhor se produziu no rock e no pop nas últimas décadas, mostrando também como a vida e a mítica de alguns dos mais importantes artistas desses gêneros estão intrinsecamente ligados à música que esse pessoal produziu.