Schutze Get The Blues, de Michael Scorr ****
“Schutze Get The Blues”, comédia alemã de 2003, é uma das mais surpreendentes produções germânicas dos últimos anos. A começar pela esquisitice de sua trama: conta a história de Schutze, um alemão cinqüentão, aposentado, barrigudo e tocador de acordeon que um dia descobre que gosta de "cajun", uma espécie de blues afrancesado, e deixa a tradicional polca de lado, decidindo ir para Lousiana, nos EUA, que é o berço desse tipo de música. Além do inusitado do roteiro, o diretor Michael Scorr utiliza-se de uma hábil concepção narrativa para o seu filme, valorizando com sensibilidade os silêncios e fazendo com que as imagens digam muito mais sobre os personagens e as situações do que os econômicos diálogos. A caracterização do personagem título também é um caso a parte: Schutze, com seu jeito quieto e pacato, na realidade comunica-se muito melhor com o mundo através de sua música do que com palavras, sendo que o seu progressivo envolvimento com um estilo musical estrangeiro e totalmente distante da sua realidade faz com que pela primeira vez na sua vida saia da comodidade do seu tranqüilo e tedioso cotidiano em busca de algo que nem mesmo ele sabe do que se trata. E é essa forma carinhosa de mostrar como a música pode realmente mudar a concepção de vida de um indivíduo que é uma das razões que torna “Schutze Get The Blues” um filme tão fascinante.
“Schutze Get The Blues”, comédia alemã de 2003, é uma das mais surpreendentes produções germânicas dos últimos anos. A começar pela esquisitice de sua trama: conta a história de Schutze, um alemão cinqüentão, aposentado, barrigudo e tocador de acordeon que um dia descobre que gosta de "cajun", uma espécie de blues afrancesado, e deixa a tradicional polca de lado, decidindo ir para Lousiana, nos EUA, que é o berço desse tipo de música. Além do inusitado do roteiro, o diretor Michael Scorr utiliza-se de uma hábil concepção narrativa para o seu filme, valorizando com sensibilidade os silêncios e fazendo com que as imagens digam muito mais sobre os personagens e as situações do que os econômicos diálogos. A caracterização do personagem título também é um caso a parte: Schutze, com seu jeito quieto e pacato, na realidade comunica-se muito melhor com o mundo através de sua música do que com palavras, sendo que o seu progressivo envolvimento com um estilo musical estrangeiro e totalmente distante da sua realidade faz com que pela primeira vez na sua vida saia da comodidade do seu tranqüilo e tedioso cotidiano em busca de algo que nem mesmo ele sabe do que se trata. E é essa forma carinhosa de mostrar como a música pode realmente mudar a concepção de vida de um indivíduo que é uma das razões que torna “Schutze Get The Blues” um filme tão fascinante.