terça-feira, dezembro 11, 2007

O Pagamento Final, de Brian de Palma ****


Na minha modesta opinião, esse é um dos dez melhores filmes de todos os tempos! Sei que é brabo começar assim um comentário, de forma tão hiperbólica. Mas realmente não consigo ser contido quando falo da obra-prima máxima do Mestre Brian De Palma. E olha que é complicado falar uma coisa dessas sobre um diretor que tem tantos pontos altos na sua carreira (“Carrie, A Estranhas”, “Dublê de Corpo”, “Vestida Para Matar”, “Os Intocáveis”).

Em “Pagamento Final”, o estilo rebuscado e preciosista de De Palma atinge um equilíbrio perfeito. Por mais apoteóticas e virtuosísticas que algumas seqüências do filme possam parecer (e realmente são), tudo está na medida, mas é claro sem esquecer o puro tesão pelo ato de filmar que transpira em outras obras do cineasta. De Palma conduz “O Pagamento Final” com uma segurança infalível, em que acompanhamos a saga do anti-herói Carlito Brigante (Al Pacino, na atuação mais sensacional da sua vida) sabendo que todo o seu esforço em busca de uma nova vida vai dar em nada. À medida que Carlito vai se metendo em uma situação cada vez mais sem saída, De Palma cria um clima de tensão crescente e absolutamente eletrizante, e que acaba culminando numa meia-hora final que é um verdadeiro show de planos seqüências brilhantemente executados aliados a uma montagem que deixa o espectador suando frio.

Também é de cair o queixo o impressionante trabalho dramático do elenco de “O Pagamento Final”. Sean Penn oferece uma caracterização genialmente repulsiva para o advogado escroque David Kleinfeld, enquanto John Leguizamo e Viggo Mortensen, mesmo aparecendo poucos minutos em cenas, dão uma dimensão sinistra impressionante para os seus respectivos personagens.

Apreciadores de frescuras e abobadices sentimentalóides tipo “Babel” ou “Elza e Fred” devem passar longe de “O Pagamento Final”, um filme movido a cocaína, sexo, violência e disco music que é uma verdadeira lição de cinema visceral e inspirado. Se vocês gostam de cinema com sangue nas veias, esse é o filme para ter como uma das suas obras de cabeceira.

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