sexta-feira, maio 05, 2017

Velozes e furiosos 8, de F. Gary Gray ***

Ali pela metade da franquia, em seu capitulo 5, “Velozes e furioso” adotou uma mudança conceitual na sua síntese temática-formal – é provável que seus produtores perceberam a ascensão comercial dos filmes de super-heróis da Marvel e daí resolveram adotar estética e roteiros cada vez mais exagerados. Ainda que oportunista, tal mudança até teve a sua eficácia. “Velozes e furiosos 8” (2017) é a cristalização definitiva dessa alteração de paradigmas. Assim, enquanto o primeiro filme de 2001 era um policial de ação movido a perseguições automobilísticas, essa produção mais recente é uma aventura alucinada, beirando o delirante, envolvendo muita pancadaria e perseguições que extrapolam os simples carros envenenados, envolvendo também bolas de demolição, tanques de guerra e até um submarino nuclear! Toda essa extrapolação barulhenta, pelo menos, é bem coreografada em sua encenação, rendendo algumas sequências memoráveis. O roteiro é um misto picareta e quase surreal de clichês do gênero ação, toques de ficção científica barata e sentimentalismo moralista que chega a ser engraçado pela sua cara-de-pau. Aliás, as cenas finais, de um churrasco de celebração de amigos exaltando valores religiosos e familiares, depois de mais de duas horas repletas de mortes e destruição, são a síntese exata do espírito “sem noção” do filme.

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