terça-feira, fevereiro 27, 2018

Lady Bird - A hora de voar, de Greta Gerwig **1/2


Em um primeiro momento, é fácil simpatizar com “Lady Bird – A hora de voar” (2017). A trama do filme se estrutura como um “romance de formação”, mostrando fatos da adolescência da rebelde Christine McPherson (Saoirse Ronan) que acabam criando algum vínculo de empatia com a plateia no sentido de identificação. Alguns desses episódios de equívocos e revoltas juvenis são engraçados, levantando um certo tom de contestação sócio-cultural por parte da protagonista diante do caretismo de sua escola católica e dos costumes provincianos da cidadezinha interiorana onde vive. Além disso, o elenco apresenta algumas atuações carismáticas, principalmente por parte da ala feminina. Assim como é fácil de assistir ao filme da diretora Greta Gerwig, entretanto, também é fácil de esquecê-lo. Parece que a preocupação no registro das banalidades do cotidiano acabou contaminando a abordagem narrativa e formal da obra – é tudo tão quadradinho e esquemático na forma com que as coisas se desenrolam na tela que por vezes a produção cai no enfadonho. A impressão constante é de que já vimos esse filme várias vezes, e que em algumas outras oportunidades ele era bem melhor. E mesmo o roteiro, que talvez devesse ser o principal trunfo de “Lady Bird”, vai se revelando ao longo da narrativa cada vez mais previsível e conservador, vide a conclusão moralista que exalta os valores familiares e católicos que marcaram a juventude da personagem principal, os mesmos que a reprimiram por boa parte nessa etapa de sua vida.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Achei irregular atuação dos pretendentes dela e o que aconteceu com o padre que estava sofrendo de depressão? Simplesmente sumiu da trama