Conte Comigo, de Kenneth Lonergan ****
Olhando a sinopse e o cartaz desse filme, até fiquei imaginando algo na linha daqueles dramas familiares típicos de Supercine ou Sessão de Tarde. Assistindo ao mesmo, entretanto, tive uma grande surpresa: trata-se de um dos melhores filmes americanos desta década! É claro que em termos de linguagem cinematográfica o filme não apresenta maiores ousadias, optando por uma linha mais tradicional, mas faz isso com muita elegância, sendo tremendamente bem dirigido. Fotografia e montagem têm a noção exata de saber criar climas e ambiências, e valorizam ainda mais o roteiro, que certamente é um dos melhores dos últimos anos.
O que considero fantástico no roteiro, escrito pelo próprio diretor Kenneth Lonergan, é que ele tem um brilhante senso de utilização de sub-texto: tudo o que se quer dizer não está exatamente no significado literal dos diálogos, mas sim nas situações em que os mesmos são ditos. Outro grande ponto forte de "Conte Comigo" é o impactante trabalho de atuação dramática de Mark Ruffalo. É claro que Laura Linney tem destaque nessa área, sabendo captar bem as nuances de sua personagem, mas na verdade ela acaba se tornando quase que uma escada para Ruffalo fazer chover. O cara entendeu o ótimo personagem que tinha nas mãos. O grande mérito na sua interpretação não está em excessos, mas sim no saber ressaltar alguns traços essenciais da personalidade do protagonista. O personagem oscila de forma convincente da fragilidade e inconseqüência para uma dignidade insuspeita. Ruffalo sabe dar verossimilhança a todos esses sentimentos, criando forte empatia com que assiste ao filme.
Olhando a sinopse e o cartaz desse filme, até fiquei imaginando algo na linha daqueles dramas familiares típicos de Supercine ou Sessão de Tarde. Assistindo ao mesmo, entretanto, tive uma grande surpresa: trata-se de um dos melhores filmes americanos desta década! É claro que em termos de linguagem cinematográfica o filme não apresenta maiores ousadias, optando por uma linha mais tradicional, mas faz isso com muita elegância, sendo tremendamente bem dirigido. Fotografia e montagem têm a noção exata de saber criar climas e ambiências, e valorizam ainda mais o roteiro, que certamente é um dos melhores dos últimos anos.
O que considero fantástico no roteiro, escrito pelo próprio diretor Kenneth Lonergan, é que ele tem um brilhante senso de utilização de sub-texto: tudo o que se quer dizer não está exatamente no significado literal dos diálogos, mas sim nas situações em que os mesmos são ditos. Outro grande ponto forte de "Conte Comigo" é o impactante trabalho de atuação dramática de Mark Ruffalo. É claro que Laura Linney tem destaque nessa área, sabendo captar bem as nuances de sua personagem, mas na verdade ela acaba se tornando quase que uma escada para Ruffalo fazer chover. O cara entendeu o ótimo personagem que tinha nas mãos. O grande mérito na sua interpretação não está em excessos, mas sim no saber ressaltar alguns traços essenciais da personalidade do protagonista. O personagem oscila de forma convincente da fragilidade e inconseqüência para uma dignidade insuspeita. Ruffalo sabe dar verossimilhança a todos esses sentimentos, criando forte empatia com que assiste ao filme.
P.S.: Esta resenha já havia sido publicada no blog dos Jovens Turcos. Ocorre que no dia 10/09/2006, no horário das 17:00, o Clube de Cinema estará exibindo o filme em questão no Auditório da Livraria Cultura, no Shopping Bourbon Country, dentro do Ciclo "Os Clássicos Que Você Não Viu". Haverá comentários e debate coordenados pelo crítico de cinema Goida e por este que vos escreve. Os poucos leitores deste blog estão convidados.
Um comentário:
hm.. love this !
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