terça-feira, abril 15, 2008

Coisas Que Perdemos Pelo Caminho, de Susanne Bier **1/2


Os dois primeiros filmes que assisti da diretora dinamarquesa de Susanne Bier foram “Corações Livres” (2002) e “Brothers” (2004), obras altamente vigorosas, em que a cineasta combinava com maestria o rigor naturalista típico do movimento Dogma 95 e dinâmica narrativa admirável, além das tramas apresentarem uma forte densidade dramática que dispensava sentimentalismos excessivos. O superestimado “Depois do Casamento” (2006) colocou a perder boa parte das qualidades das produções anteriores, com a diretora sucumbindo a exageros melodramáticos e convencionalismos formais.

“Coisas Que Perdemos Pelo Caminho” (2007), estréia de Susanne Bier nas produções norte-americana, é um pouco melhor que “Depois do Casamento”, mas não recupera o brilho inicial de “Corações Livres” e “Brothers”. Por mais que o filme trate de temas difíceis como morte e vício em drogas pesadas, o tratamento que a cineasta oferece aos mesmos é asséptico demais, tirando muito do impacto que o filme poderia ter. Bier parece mais preocupada com as lições de vida do que com oferecer uma narrativa interessante. Mesmo assim, o filme mostra alguns atrativos, principalmente pela boa interpretação de Benicio Del Toro como o viciado Jerry (apesar de estar a léguas de distância do assustador junkie vivido por Del Toro no genial “Medo e Delírio em Las Vegas), além da bela trilha sonora recheada de inesquecíveis canções de Velvet Underground e Frank Zappa.

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