quarta-feira, agosto 17, 2016

Nahid - Amor e liberdade, de Ida Panahandeh ***

O formalismo adotado pela diretora Ida Panahandeh em “Nahid – Amor e liberdade” (2014) é marcado pela sobriedade e simplicidade, não havendo as inquietações estéticas de outros nomes do cinema iraniano Abbas Kiarostami e Jafar Panahi. Por outro lado, essa abordagem da cineasta acaba se revelando bastante adequada para a história narrada. Focando-se em um drama familiar que se estende por questões sociais e religiosas inerentes ao Irã da atualidade, o filme apresenta uma encenação precisa que dispensa truques melodramáticos, fazendo com que a caraterização de situações e personagens tragam crueza e complexidade necessárias para que a narrativa se torne envolvente para o espectador. As questões intimistas e mesmo as típicas do cotidiano ganham uma dimensão humana contundente, não caindo no banal. A forma com que Pananhandeh conduz a narrativa dá à sua obra um alcance universal ao evidenciar os absurdos e hipocrisias de uma sociedade patriarcal moralista e preconceituosa que não é “privilégio” somente de países influenciados pela religião muçulmana.

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