quinta-feira, dezembro 07, 2017

Pai em dose dupla 2, de Sean Anders ***

O diretor Sean Anders atinge uma proeza considerável em “Pai em dose dupla 2” – fazer com que uma sequência não se caracterize como meramente oportunista e que consegue ainda ser melhor que o primeiro filme. Essa continuação explora basicamente as mesmas questões temáticas e direcionamento narrativo da produção anterior, mas de uma maneira mais alucinada e sentimental (por mais contraditório que isso possa parecer). Anders privilegia com maior intensidade os aspectos grosseiros e exagerados da comédia física, com forte ênfase nesse lado para cenas envolvendo constrangimentos e desastres com o personagem apatetado Brad (Will Ferrell), ao mesmo tempo que o lado de crítica de costumes se harmoniza com bizarra fluência com um insólito e até bem sacado tom de lições edificantes de vida. A direção de Anders dá uma fluência admirável na conciliação desses diferentes polos da narrativa e que se mostra em sintonia com o mote principal do roteiro – o confronto entre a imagem idealizada de durão do típico macho norte-americano com a tendência para a emotividade derramada típica do cidadão de classe média. Complementando essas belas sacadas criativas da direção, há um elenco bastante inspirado, do quarteto principal de atores até o elenco infantil, e a excelente utilização das canções natalinas da trilha sonora (destaque para a memorável sequência dos personagens acampados dentro de um cinema).

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