segunda-feira, dezembro 04, 2017

Snuff - Vítimas do prazer, de Cláudio Cunha ***1/2

A parceria entre Cláudio Cunha na direção e Carlos Reichenbach no roteiro em “Snuff –Vítimas do prazer” (1977) tem como resultado final justamente aquilo que se poderia esperar de uma união dessas – uma síntese muito bem delineada entre inventividade artística e ambientação sórdida exploitation, combinação habitual naquilo de melhor que o cinema da Boca do Lixo produziu. Roteiro e narrativa obedecem aos preceitos básicos dos gêneros horror e suspense, mas também conseguem criar um subtexto e atmosfera repletos de nuances irônicas e dramáticas, além de uma vigorosa simbologia visual e textual. Dentro de tal concepção artística, há detalhes cênicos antológicos, como a forma insólita em que a música clássica se insere em sequências marcadas pela escatologia, o grafismo violento de algumas cenas, o erotismo misto de galhofeiro e sensual e as composições dramáticas viscerais e cheias de verve de boa parte do elenco.

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