terça-feira, outubro 02, 2018

The Cloverfield Paradox, de Julius Onah **


Nas produções audiovisuais ligadas ao universo Cloverfield, há uma curiosa variação de gêneros. Se em “Cloverfield” (2008) a narrativa se vinculava aos filmes de monstros na linha Godzilla, em “Rua Cloverfield, 10” (2016) predominava a linha do thriller psicológico. No mais recente “The Cloverfield Paradox” (2018), o que se tem é uma ficção-científica propriamente dita. Dentro dos cânones típicos dessa linhagem de produções, a obra de Julius Onah tem alguns pontos promissores – o roteiro aborda com razoável profundidade a questão de universos paralelos, além de fazer interessantes especulações sobre o futuro geopolítico do mundo. A direção de arte apresenta um certo grau de realismo, no sentido de que a ambientação tecnológica-científica pareça verossímil para o espectador. Essas boas impressões iniciais, entretanto, sucumbem a uma narrativa e encenação pouco imaginativas e a uma concepção estética asséptica em demasia. A impressão constante é a de uma obra de ficção científica que foi excessivamente lapidada para um público pouco afeito ao gênero. Ainda que “Rua Cloverfield, 10” tenha sido uma boa surpresa, com esse “The Cloverfield Paradox” fica ainda a impressão, no cômputo geral, que as boas possibilidades criativas do universo Cloverfield continuam subaproveitadas.

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