quinta-feira, novembro 29, 2018

Motorrad, de Vicente Amorim *


O diretor Vicente Amorim atira para todos os lados em “Motorrad” (2017) – fotografia estilo cartão postal a registrar uma região árida do interior brasileiro, cenas de corridas e perseguições com motocicletas, direção de arte que remete à franquia “Mad Max”, elementos fantásticos e forte teor de violência gráfica que se relacionam a produções de horror contemporâneo. Na ânsia de se mostrar “moderno”, erra em todos os alvos. Os mencionados elementos diversos da narrativa não se ligam com alguma coerência estética e temática. Falta convicção artística para tirar o seu filme daquela zona situada entre o fake e o asséptico. As sequências de ação não têm brilho criativo, resvalando várias vezes no francamente tosco. Não há efetiva tensão dramática nas cenas e os personagens são destituídos de carisma. Nesse conjunto constrangedor de equívocos, o filme cai com frequência no humor involuntário.

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