quarta-feira, novembro 21, 2018

Vizinhos 2, de Nicholas Stoller **1/2


Na continuação do primeiro “Vizinhos” (2014), o diretor Nicholas Stoller, também responsável por aquele primeiro filme, não mudou muito em relação à abordagem artística – em meio a uma narrativa típica de comédia escrachada, há um subtexto a criticar com ironia os dilemas e contradições da classe média norte-americana contemporânea. Em “Vizinhos 2” (2018), inclusive, até se insinua uma leve menção a questões feministas, o que permite à produção ainda fazer uma leve desconstrução do gênero “filmes de fraternidade universitária com muito sexo, drogas e rock and roll”. Há momentos bem engraçados, principalmente quando se envereda pelo lado de um humor físico que puxa para a linha entre o grosseiro, o violento e o levemente escatológico, mas em um contexto geral prevalece uma incômoda sensação de clichês narrativos sendo repisados com algum excesso. Paira uma impressão de que Stoller dá uma frouxada na direção para acentuar uma atmosfera de comicidade alucinada, para dar um clima mesmo de “chapação” para a narrativa. Se em alguns momentos essa pretensão se revela justificada ao dar uma certa verdade para a encenação, também é evidente em outras sequências que essa frouxidão na narrativa deixa “Vizinhos 2” um tanto enfadonho em suas soluções formais e temáticas.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Assisti o primeiro e gostei muito. Porém, não quis o segundo pois sabia que a piada seria repetida. Visite o meu blog de cinema https://cinemacemanosluz.blogspot.com/2018/11/cine-dica-em-cartaz-o-grande-circo.html