terça-feira, junho 11, 2019

Thriller - Um filme cruel, de Bo Arne Vibenius ****


Na sessão comentada da produção sueca “Thriller – Um filme cruel” (1973) realizada na última edição do FANTASPOA, a atriz Christina Lindberg disse que o filme em questão teria sido feito pelo diretor Bo Arne Vibenius com a intenção principal de ganhar um bom dinheiro, tendo em vista que o cineasta na época se encontrava na época em séries dificuldades financeiras, abusando, dessa forma, de alguns dos preceitos básicos do cinema exploitation da época, principalmente nos quesitos violência gráfica e sexo explícito. Por mais que a obra seja apelativa no uso constante de tais elementos de choque, entretanto, seu resultado final acabou extrapolando os meros fins lucrativos aludidos por Lindberg. Por mais que a brutalidade e pornografia estejam presentes, elas são incorporadas dentro de uma atmosfera desolada e uma narrativa sóbria, por vezes quase rarefeita, além de um subtexto repleto de ironia perversa, o que faz com que o conjunto estético-temático possua aquela bizarra síntese de repulsa e encantamento dos melhores filmes da linhagem exploitation setentista. Detalhes cênicos como as estranhas sequências de ação em câmera lenta e a atuação icônica de Lindberg fazem entender por que Quentin Tarantino sempre cita “Thriller” como uma das suas grandes inspirações criativas.

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