segunda-feira, julho 15, 2019

Anos 90, de Jonah Hill ***1/2


Aqueles que acham que a caracterização pueril e estereotipada de adolescentes em “Homem-Aranha: Longe de casa” (2019) pode ser considerada algo convincente acabarão por levar um susto se assistirem a “Anos 90” (2018). Esse filme dirigido por Johan Hill, mais conhecido como ator por algumas interpretações antológicas (“Superbad”, “O lobo de Wall Street”), é um retrato da juventude marcado por uma concepção estética-temática que sintetiza crueza e poesia. Mesmo uma junção que hoje em dia pode parecer tão batida quanto skate e música pop/rock (a trilha é um belo apanhado de raps e hardcores memoráveis dos anos 80 e 90) acaba ganhando uma dimensão imagética-sensorial surpreendente na forma com que Hill conduz a narrativa. É como se “Kids” (1995) fosse recriado sob uma perspectiva menos afetada e fetichista e se concentrasse em um olhar mais humanista. A caracterização de personagens e situações tem complexidade e profundidade psicológica, ao mesmo tempo que a narrativa é fluente, envolvendo o espectador a partir de uma encenação que privilegia a forte expressão dramática e corporal do elenco (nesse aspecto, toda a ala de crianças e adolescente é um capítulo à parte em termos de atuações intensas – é provável que os anos como intérprete de Hill tenham contado como efetiva experiência para a sua excelente direção de atores).

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Logo mais irei assistir