quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Austrália, de Baz Luhrman **1/2


O problema de Baz Luhrman em “Austrália” (2008) não é o fato de ele ter realizado uma obra épica e acadêmica. Afinal, depois de filmes tão “camp” como “Romeu + Julieta” (1996) e “Moulin Rouge” (2001), provavelmente Luhrman quis dirigir uma produção mais “séria” e tradicional, ao invés das usuais narrativas alegóricas e coloridas beirando o cafona e a paródia que fizeram a sua fama, para mostrar que ele pode ser um cineasta “respeitável”. O que realmente emperra esse seu filme mais recente é que o mesmo é um épico acadêmico excessivamente desajeitado, com uma narrativa artificial e presa às convenções do gênero que raramente consegue oferecer para a sua trama um desenvolvimento mais natural e homogêneo, o que faz com que qualquer impacto dramático que o roteiro pudesse trazer tenha resultados nulos. Para piorar, raramente Nicole Kidman e Hugh Jackman tiveram momentos de canastrice dramática tão constrangedores quanto em “Austrália”. Mas seria injusto dizer que o filme é um desastre total. É inegável que a fotografia de grandes paisagens e a reconstituição de época fortemente estilizada em algumas seqüências trazem alguns momentos atraentes para obra, e mesmo os referidos excessos desajeitados, ainda que involuntariamente, são risíveis pelo ridículo, o que torna “Austrália” até um filme aprazível ocasionalmente.

Nenhum comentário: