quinta-feira, novembro 23, 2017

Crime desorganizado, de Jon Favreau ***

Na trajetória de Jon Favreau como diretor, pode-se perceber uma certa linha conceitual em suas concepções narrativas, mesmo quando atua dentro do esquema dos blockbusters dos grandes estúdios – a de buscar uma releitura vigorosa dos modelos tradicionais do “cinemão” incorporando um viés sardônico típico das produções independentes de onde despontou inicialmente. “Crime desorganizado” (2001) representa uma obra de transição na filmografia do cineasta – trata-se de um longa-metragem no gênero comédia policial ainda da época em que Favreau era mais atuante dentro do universo “B” do cinema norte-americano, sendo que alguns anos depois se tornou o diretor responsável pelo megassucesso “Homem de ferro” (2008). “Crime desorganizado” centra a sua trama no ambiente de picaretas e bandidos pé-de-chinelo, com um roteiro que privilegia a comédia de erros, situações absurdas, diálogos sardônicos e alguns momentos de violência entre a crueza e o cartunesco. Nada de muito original, Scorsese e Tarantino já fizeram tudo isso de forma bem mais impactante, mas ainda assim a dinâmica narrativa engendrada por Favreau consegue ser envolvente, extraindo ainda caracterizações carismáticas de seu elenco (com destaque para o próprio Favreau e para o habitual parceiro Vince Vaughn).

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