quinta-feira, janeiro 11, 2018

O código, de Boaz Yakin ***

Jason Statham é uma espécie de Stallone ou Schwarzenegger sem o teor megalomaníaco e com a vantagem que atua melhor em termos dramáticos (mesmo que ele não se importe muito com isso). Para ele, não interessa que na grande maioria dos seus filmes interprete basicamente o mesmo papel – o anti-herói durão e de poucas palavras, que no fundo é um cara legal, que sempre é levado pelas circunstâncias a distribuir porradas ou sair a mil por hora em um carrão envenenado. Em algumas dessas produções, o resultado final fica no medíocre ou qualquer nota, mas em outros trabalhos até que as coisas fluem de maneira envolvente. Nesse último caso é que dá para enquadrar “O código” (2012). O roteiro prima por premissas inverossímeis que beiram a cretinice, mas a narrativa e a encenação concebidas pelo diretor Boaz Yakin têm desenvoltura convincente, com o detalhe ainda sempre expressivo de sequências de ação bem dirigidas – não custa repetir: em tempos em que Zack Snyder é referência no gênero aventura/ação, ver cenas de lutas e perseguições bem coreografadas no modelo tradicional acaba sendo um alento. No mais, Statham consegue dar um certa consistência psicológica para o seu personagem sem abrir mão da sua brutalidade habitual.

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