Essa refilmagem do original francês “Nathalie X” (2003) consegue ser superior à própria obra da qual derivou (que, na realidade, não era grande coisa mesmo). O cineasta egípcio-canadense Atom Egoyan conseguiu inserir algumas das suas obsessões temáticas e estéticas na produção, ainda que a mesma não tenha a mesma forte carga autoral de outros filmes do diretor como “Exótica” (1994), “O Doce Amanhã” (1997), “Ararat” (2002) ou “A Verdade Nua e Crua” (2005). Nos seus dois terços iniciais, “O Preço da Traição” (2009) apresenta um constante clima de ambigüidade e incertezas. Egoyan trabalha com habilidade entre os limites da realidade e da fantasia, deixando o expectador sempre na inquietante de dúvida sobre a veracidade do que está na tela. Boa parte do que se assiste vem muito mais das imagens sugeridas na mente da protagonista Catherine (Julianne Moore) do que de fatos concretos. As seqüências de conclusão de “O Preço da Traição”, entretanto, são frustrantes no sentido de que a trama se converte em um convencional e pouco inspirado suspense envolvendo uma psicopata e afins.
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