quinta-feira, julho 01, 2010

Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton **


Devo confessar que as minhas expectativas para “Alice no País das Maravilhas” (2010) eram bem altas. Depois de obras pouco inspiradas (“Peixe Grande”, “A Noiva Cadáver”, “A Fantástica Fábrica de Chocolate”) que faziam supor que estava em declínio criativo, Tim Burton surpreendeu a todos com “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” (2007), um extraordinário misto de musical e horror sem concessões que trazia direção de arte e atmosfera góticas impressionantes. Diante de uma obra como essa, o que esperar da visão de Burton sobre uma história tão delirante como a de “Alice...” (ainda mais se relembrarmos a antológica adaptação animada da Disney de 1951)? Ocorre que “Alice no País das Maravilhas” não está apenas abaixo do que se esperava, como também se trata do pior filme disparado da carreira de Burton. E isso ocorre simplesmente pelo fato de que é a sua obra menos pessoal e mais burocrática. O que poderia haver de difuso e misterioso na trama clássica é diluído em um filmezinho de aventura qualquer nota que mais lembra produções família como “Crônicas de Nârnia” do que Lewis Carroll. Mesmo aquilo que poderia ser um fator Burton de diferencial como direção de arte e efeitos acaba não impactando – tudo é tão genérico que se não soubéssemos previamente que “Alice...” se trata de um filme de Burton, passaria batido como fosse outra produção comum do gênero.

2 comentários:

pseudo-autor disse...

Chato dizer isso, pois sou fã do Tim Burton, mas ele está devendo pra próxima produção. Achei Alice bobo demais, desperdiçando até mesmo o talento do Johnny Depp.

André Kleinert disse...

Em relação ao Johnny Depp, achei um dos piores desempenhos dele.