Esta versão de 2010 para “Robin Hood” apresenta algumas tendências bastante utilizadas nos últimos anos. Em primeiro lugar, busca uma abordagem pretensamente naturalista, enfatizando personagens e cenários repletos de barro e sangue, além de ter uma fotografia bastante sombria, mesmo quando em campos abertos. O roteiro busca retratar as origens “reais” da lenda de Robin Hood e seus companheiros, mostrando fatos que ocorreram antes daqueles episódios celebrizados em outras adaptações cinematográficas. Todo esse conjunto de elementos estéticos parece buscar uma espécie de legitimidade e seriedade em termos históricos para o filme, além de uma visão mais aprofundada sobre o mito. No final das contas, entretanto, o que se tem é mais uma história maniqueísta de luta do bem contra o mal. Não que isso seja um defeito, desde que possamos ser recompensados com boas seqüências de tensão e aventura. “Robin Hood” até traz alguns momentos empolgantes em termos de ação, mas o saldo final no geral é o de uma produção apenas competente, o que acaba sendo frustrante, pois sempre se espera mais de um diretor como Ridley Scott, cineasta que já criou obras extraordinárias como “Os Duelistas” (1977), “Alien, O Oitavo Passageiro” (1979), “Blade Runner” (1983), “Falcão Negro em Perigo” (2001) e “O Gangster” (2007).
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