quinta-feira, julho 29, 2010

Rápido e Indolor, de Fatih Akin ***


É provável que aqueles que se impressionaram com alguns dos melhores filmes do diretor alemão Fatih Akin, como “Contra a Parede” (2004) ou “Soul Kitchen” (2009), podem ficar um pouco decepcionados com “Rápido e Indolor” (1998), a obra de estréia do cineasta. Não há a mesma linguagem formal dinâmica e apurada das obras mais recentes e notórias de Akin. Optou-se por um drama policial dramático de gangsteres, com boa parte dos clichês narrativos e estéticos comuns no gênero – aparece, inclusive, um manjado conflito entre dois amigos, um que enveredou de vez para o crime e outro que quer escapar da marginalidade, que se apaixonam pela mesma mulher. Mesmo diante dessas possíveis armadilhas, entretanto, Akin oferece uma obra vigorosa e tensa e que prenuncia algumas boas soluções temáticas e estilísticas que depois seriam melhores exploradas em suas produções posteriores, tanto na caracterização dos personagens carismáticos quanto em detalhes como a utilização de canções na montagem e a concepção visual das cenas de violência.

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