quinta-feira, dezembro 01, 2011

Amizade Colorida, de Will Gluck **



O gênero comédia romântica costuma ser uma espécie de camisa de força criativa. É claro que de vez em quando alguém consegue ousar ou propor algo de novo. Mas na maioria das vezes, por melhores que sejam as intenções iniciais dos respectivos diretores, as obras que trafegam por tal linha acabam caindo na mesmice. “Amizade Colorida” (2011) é um exemplo claro disso. A produção se propõe na sua primeira metade a ironizar os clichês básicos do gênero, principalmente ao contextualizar tais lugares comuns diante das particularidades comportamentais ocidentais da atualidade, o que até acaba rendendo momentos efetivamente engraçados. Com o desenrolar da narrativa, entretanto, o filme acaba enveredando por um beco sem saída, diante da impossibilidade de levar esta visão mais ácida até as últimas conseqüências. Assim, acaba se rendendo a todas as previsibilidades possíveis e a uma concepção estética pouco inspirada, aliado ao fato dos personagens ficarem piorarem progressivamente na sua caracterização – afinal, por que a protagonista Jamie (Mila Kunis), gatinha e simpática, é tão traumatizada com relacionamentos? E as coisas degringolam de vez quando lembramos que recentemente foi lançada a insossa “Sexo Sem Compromisso” (2011), de roteiro praticamente igual.

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