terça-feira, dezembro 06, 2011

Os Três Mosqueteiros, de Paul W. S. Anderson *



O desastre artístico que representa esta mais recente versão cinematográfica de “Os Três Mosqueteiros” (2011) não tem relação com uma possível falta de fidelidade com o original literário. Afinal, se as mudanças viessem para tornar a obra mais funcional ou atualizada, não haveria grandes deméritos. O problema do filme é a sua equivocada concepção estética e narrativa – em boa parte da produção, temos a impressão de estarmos vendo um grande e genérico vídeo game (não à toa, o diretor Paul W. S. Anderson foi o responsável pela franquia para os cinemas da versão dos jogos “Resident Evil”). Tudo é basicamente agitado, espalhafatoso e barulhento, mas o efeito sobre nossa percepção sensorial é estéril. Algumas ideias envolvendo uma modernização tecnológica e uma abordagem mais cínica e violenta para situações e personagens são interessantes em termos teóricos, mas têm resultados práticos rasos e dramaticamente nulos. No final das contas, o que salva um pouco “Os Três Mosqueteiros” são algumas boas escolhas de elenco, mas que acabam se perdendo no oceano de incompetência que domina a obra.

Nenhum comentário: