quarta-feira, março 22, 2017

Insubstituível, de Thomas Lilti **1/2

É bem provável que se “Insubstituível” (2016) fosse realizado dentro dos padrões “normais” de Hollywood o resultado final seria bem diferente. E para pior. O estilo do diretor Thomas Lilti tem uma certa discrição emocional e há uma sobriedade na condução da narrativa. O subtexto da trama tem carga simbólica considerável em termos de observação política e social – fala de um conjunto de valores típicos de uma concepção de bem-estar social que foi típica da Europa Ocidental por décadas e que agora se encontra em declínio. Ainda que tenha esses pontos relevantes, essa produção francesa se mostra um tanto anacrônica e desprovida de uma maior identidade artística tendo em vista estar muito ligadas a convencionalismos formais típicos do melodrama. A estética discreta da direção de Lilti é até por vezes agradável, mas falta a “Insubstituível” aquela tensão dramática e mesmo a fúria existencial que tornaram tão cativantes e memoráveis filmes como “Aquarius” e “Eu, Daniel Blake”, outros dramas sociais lançados em 2016.

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