quinta-feira, abril 12, 2018

O bar, de Álex de la Iglesia **


O grande barato no cinema do espanhol Álex de la Iglesia sempre foi a sua síntese muito particular entre tensão dramática, brutalidade gráfica e um senso de humor perverso, por vezes quase beirando o escroto. Essa particular concepção artística rendeu algumas obras memoráveis, mas parece que começa a apresentar um certo desgaste criativo. Essa é a impressão que se tem ao assistir a “O bar” (2017). O início do filme é promissor, com os habituais elementos narrativos característicos na filmografia do cineasta se pondo em cena de maneira bastante contundente. Aos poucos, entretanto, a narrativa vai ficando cada vez mais convencional e frouxa, aliada a um roteiro que se limita a revolver de maneira mecânica clichês temáticos típicos do gênero ficção-científica apocalíptica. Mesmo aquela ironia sardônica que o espectador está acostumado de outras produções dirigidas por de la Iglesia vai se tornando rarefeita, quase inexistente. Em um contexto geral, é como se a indelével marca autoral do cineasta houvesse sumido!

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