segunda-feira, junho 11, 2018

A câmera de Claire, de Hong Sang-soo ***1/2


Há elementos narrativos e temáticos que são recorrentes no cinema de Hong Sanso-soo: a câmera que se move emulando uma filmagem caseira, jovens mulheres que se envolvem amorosamente com homens mais velhos comprometidos, personagens e situações ligados ao mundo do cinema, sequências de diálogos entre o prosaico e o intimista que se desenvolvem em uma mesa para refeições, o fluxo temporal que não obedece necessariamente a uma ordem linear. Tudo isso está presente novamente em “A câmera de Claire” (2017) e ainda assim a produção traz um frescor artístico encantador, como se o cineasta pudesse extrair de tal concepção estética/textual sempre alguma surpresa sutilmente desconcertante para o espectador. Nesse peculiar estilo de filmar, a presença luminosa de Isabelle Hupert cai como uma luva. Sua atuação tem a medida certa entre a leveza de seus gestos e expressões e a sutileza psicológica com que se torna um catalizador involuntário de emoções para os demais personagens.

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