Confesso que fui assistir “Dia de Festa” por questões puramente circunstanciais. Eu estava passando um domingo assistindo alguns filmes num festival que teve aqui em Porto Alegre nesse último verão, sendo que o filme em questão iria ser exibido antes de “Scoop” de Woody Allen. Era assistir “Dia de Festa” ou ficar umas duas horas matando tempo. Resolvi encarar o documentário, apesar de estar bem desconfiado, afinal o diretor Toni Venturi é o mesmo que fez o chato “Cabra Cega” e a temática não era das mais atrativas: um dia de ocupações simultâneas em alguns prédios de São Paulo por parte dos Movimento dos Sem-Teto. Vendo a produção em questão, entretanto, tive uma baita surpresa. Mesmo caindo no panfletário descarado, os diretores Toni Venturi e Paulo Georgieff realizaram uma obra ágil, marcada por um excelente trabalho de montagem que consegue conciliar com habilidade diversas ações (em essência, depoimentos, reuniões do movimento e as invasões em si) sem tornar a narrativa confusa. Em algumas seqüências, inclusive, “Dia de Festa” tem um pique de um verdadeiro filme de ação.
Independente da posição que possa ter em relação à questão do Movimento dos Sem-Teto, “Dia de Festa” é um filme que merece ser visto por suas inúmeras qualidades cinematográficas, coisa rara na decepcionante produção atual do cinema nacional.
Independente da posição que possa ter em relação à questão do Movimento dos Sem-Teto, “Dia de Festa” é um filme que merece ser visto por suas inúmeras qualidades cinematográficas, coisa rara na decepcionante produção atual do cinema nacional.
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