“Impulsividade” pode geral algum preconceito pela sua origem. Afinal, faz parte do circuito independente norte-americano, que geralmente produz obras pretensiosas e chatinhas. A excelente trilha sonora, composta basicamente por belas canções da genial banda norte-americana The Polyphonic Spree (uma sensacional mistura de psicodelia e cantos de corais), pode acentuar mais essa impressão de que o filme esteja preso a este nicho. A verdade, entretanto, é que “Impulsividade” transcende muito ao mundinho indie. É um filme que impressiona pela crueza e sensibilidade com que aborda a sua temática, no caso, um jovem com distúrbios de hiper-atividade. O diretor Mike Mills evita as soluções fáceis, fazendo com que a trajetória de Justin Cobb (Lou Taylor Pucci) seja marcada por várias dificuldades e dilemas típicos de um adolescente tão complicado. Mesmo a forma com que as drogas estimulantes são mostradas revela uma franqueza admirável. E Mills também opta sabiamente por um estilo de filmas mais clássico, não caindo em uma edição video-clip tão comum para este tipo de produção e que com certeza banalizaria o seu filme.
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