O cinema oriental nos últimos anos tem
buscado uma concepção estética que resulta em produções cujos limites entre a
ficção e a verdade se estabelecem em fronteiras muito tênues, em que nunca se
sabe com precisão o que é a encenação e o que é a realidade. “Nos braços de
minha mãe” (2011) é mais um filme que envereda por esse tortuoso caminho,
resultado em uma obra muito inquietante. A trama, mostrando o quotidiano de uma
instituição que abriga crianças e adolescentes iraquianos que se tornaram
órfãos devido à última guerra entre o seu país e os Estados Unidos, tem cunho
social e humanista, buscando retratar com crueza uma realidade alarmante. O
filme não poupa o espectador ao expor o drama de seus personagens: são várias
situações limites que configuram uma atmosfera angustiante. Assim, o apelo da
produção não é apenas de caráter assistencialista – os diretores Atia e Mohamed
Al-Daradji conseguem estabelecer uma narrativa tensa, além de obter composições
dramáticas notáveis por parte do elenco, que em boa parte é constituído de
amadores.
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