segunda-feira, abril 30, 2012

Triângulo Amoroso, de Tom Tykwer ***1/2


O diretor alemão Tom Tykwer buscou uma sintonia existencial entre as concepções formal e temática em “Triângulo Amoroso” (2010). A história do relacionamento amoroso entre um casal heterossexual e um homem que é amante dos dois por circunstâncias aleatórias do destino (e, assim, sem que eles saibam dessa estranha condição) acaba tendo uma narrativa algo fragmentada, mas estranhamente fluida. O mote principal do roteiro estabelece contatos com elementos pontuais que pontilham a trama (biologia, filosofia, política, arte – todos esses temas que se relacionam com as atividades pessoais e profissionais dos amantes). Esse modelo de narrativa tão repleta de detalhes, entretanto, não tornam o filme um objeto de arte marcado por um hermetismo inacessível – o que eles oferecem a “Triângulo Amoroso” é uma sofisticada ironia, em que a tragédia ou outra conseqüência mais apelativa é trocada pela naturalidade na aceitação de comportamentos e sentimentos. O final feliz não soa como uma solução fácil, mas sim como um desafio às convenções da moralidade ocidental.

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