Mesmo com algumas argutas observações sobre os relacionamentos humanos, “Noite #1” (2011) é uma obra que traz um gosto de mais do mesmo, dentro de uma linha de produções contemporâneas de baixo orçamento com um viés intimista. Mesmo a trama já começa de uma premissa um tanto batida: homem e mulher se conhecem numa rave, vão para casa dele para uma noite de sexo casual e depois do coito começam a discutir e refletir sobre a vida de ambos. A ambientação formal é simples – enquadramentos geralmente fixos, imagem de tom granulado (quase evocando o documental). A secura nessa concepção procura a coerência com o realismo da temática, o que faz com que alguns momentos tenham a capacidade de cativar a platéia pela forma crua com que expõe conflitos emocionais característicos do século XXI, principalmente no que diz respeito a uma certa insatisfação com o hedonismo vazio desses tempos (por um outro lado, não há como não pensar num certo caráter moralista da produção). Na verdade, uma temática como essa não impediria o filme de procurar caminhos mais ousados em sua encenação. É só verificar que obras como “Brilho eterno de uma mente sem lembranças” (2004) e “Scott Pilgrim contra o mundo” (2010), por exemplo, propõem um olhar lúcido e crítico diante do mesmo assunto de “Noite #!1”, mas não abdicam de ousadias estéticas, principalmente por enveredarem pelo campo da fantasia.
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