O Cerro do Jarau, de Beto de Souza (zero)
O biênio 2005-2006 foi impressionante para o cinema brasileiro na quantidade de filmes que oscilaram entre a mediocridade e a ruindade mesmo. Nesse panorama nada abonador, “O Cerro do Jarau” talvez seja o ponto mais baixo atingido (pelo menos de tudo que eu vi no referido período). A tentativa de conciliar uma lenda gaúcha com uma trama contemporânea podia até ter parecido interessante num projeto de roteiro, mas o resultado em si é pífio e sem vida. Não há fluência narrativa e nem mesmo uma linguagem cinematográfica de maior elaboração. A câmera simplesmente está ali registrando, da forma mais sem graça e burocrática possível. Outro “destaque” é o trabalho do elenco que em vários momentos resvala no simplesmente constrangedor. Tarcísio Filho passa boa parte do filme com um ar de canastrão que não sabe exatamente o que está fazendo ali, chegando ao máximo do ridículo quando começa a dançar punk rock em um show. O restante dos atores logram “interpretações” do mesmo naipe, com a exceção do apenas correto Miguel Ramos.
Uma coisa que me irrita geralmente em críticas ou conversas sobre cinema é o uso indevido e indiscriminado da expressão “trash”, aplicando-se o mesmo de forma equivocada, por exemplo, para qualquer filme de terror com uma queda para o irônico. Considero que “trash” é essencialmente qualquer filme mal-feito, incompetente mesmo, independente do gênero ao qual pertença. Nessa lógica, considero “O Cerro do Jarau” um perfeito exemplo dessa corrente cinematográfica. E se levarmos para esse lado, podemos até apreciar o filme pelo ridículo de algumas seqüências, que chegam até a ser engraçadas. O momento da trama, por exemplo, em que o Padre Martim, em uma mesma noite, é torturado, transa com sua prima Rebeca e depois se envolve em uma perseguição automobilística é um primor da cretinice. Pena que tenha faltado maior traquejo no filmar tais seqüências: poderíamos até ter alguns momentos antológicos... Hilária ainda é a apresentação de Toco: o cara sai de forma meio desajeitada detrás de uma pedra e a narração em off fala algo do tipo “Toco, o maior especialista da lenda da Salamanca do Jarau”. Putz, é quase digno de um Ed Wood!!
A impressão geral que tenho sobre “O Cerro do Jarau” é que nem o pessoal da produção do filme esperava receber uma grana para que o mesmo saísse do papel. Quando eles viram que alguém foi “corajoso” o suficiente para investir grana, ficaram desesperados e pensaram: “Putz, vamos ter de fazer o filme!!”. E daí fizeram de qualquer jeito mesmo. E mais engraçado ainda é que depois de meses o filme voltou a cartaz, estando dentro de um projeto de cinema para as escolas. Será que esse pessoal não percebe que podem fazer com que pobres criancinhas e adolescentes nunca mais tenham coragem de ver um filme depois de passar por uma experiência traumática como essa??
O biênio 2005-2006 foi impressionante para o cinema brasileiro na quantidade de filmes que oscilaram entre a mediocridade e a ruindade mesmo. Nesse panorama nada abonador, “O Cerro do Jarau” talvez seja o ponto mais baixo atingido (pelo menos de tudo que eu vi no referido período). A tentativa de conciliar uma lenda gaúcha com uma trama contemporânea podia até ter parecido interessante num projeto de roteiro, mas o resultado em si é pífio e sem vida. Não há fluência narrativa e nem mesmo uma linguagem cinematográfica de maior elaboração. A câmera simplesmente está ali registrando, da forma mais sem graça e burocrática possível. Outro “destaque” é o trabalho do elenco que em vários momentos resvala no simplesmente constrangedor. Tarcísio Filho passa boa parte do filme com um ar de canastrão que não sabe exatamente o que está fazendo ali, chegando ao máximo do ridículo quando começa a dançar punk rock em um show. O restante dos atores logram “interpretações” do mesmo naipe, com a exceção do apenas correto Miguel Ramos.
Uma coisa que me irrita geralmente em críticas ou conversas sobre cinema é o uso indevido e indiscriminado da expressão “trash”, aplicando-se o mesmo de forma equivocada, por exemplo, para qualquer filme de terror com uma queda para o irônico. Considero que “trash” é essencialmente qualquer filme mal-feito, incompetente mesmo, independente do gênero ao qual pertença. Nessa lógica, considero “O Cerro do Jarau” um perfeito exemplo dessa corrente cinematográfica. E se levarmos para esse lado, podemos até apreciar o filme pelo ridículo de algumas seqüências, que chegam até a ser engraçadas. O momento da trama, por exemplo, em que o Padre Martim, em uma mesma noite, é torturado, transa com sua prima Rebeca e depois se envolve em uma perseguição automobilística é um primor da cretinice. Pena que tenha faltado maior traquejo no filmar tais seqüências: poderíamos até ter alguns momentos antológicos... Hilária ainda é a apresentação de Toco: o cara sai de forma meio desajeitada detrás de uma pedra e a narração em off fala algo do tipo “Toco, o maior especialista da lenda da Salamanca do Jarau”. Putz, é quase digno de um Ed Wood!!
A impressão geral que tenho sobre “O Cerro do Jarau” é que nem o pessoal da produção do filme esperava receber uma grana para que o mesmo saísse do papel. Quando eles viram que alguém foi “corajoso” o suficiente para investir grana, ficaram desesperados e pensaram: “Putz, vamos ter de fazer o filme!!”. E daí fizeram de qualquer jeito mesmo. E mais engraçado ainda é que depois de meses o filme voltou a cartaz, estando dentro de um projeto de cinema para as escolas. Será que esse pessoal não percebe que podem fazer com que pobres criancinhas e adolescentes nunca mais tenham coragem de ver um filme depois de passar por uma experiência traumática como essa??
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