A primeira metade desse documentário italiano de 2009 chega a parecer quase um vídeo institucional. O veterano cineasta Ermanno Olmi concentra sua lente em fóruns, debates e entrevistas tendo por tema a questão ambiental. Isso não quer dizer, entretanto, que “Terra Mãe” é uma coletânea de aborrecidos depoimentos politicamente corretos. A dinâmica cinematográfica que Olmi consegue obter é notável, enfatizando muito a contundência da complexidade das discussões ecológicas. É na metade final do filme, contudo, que estão reservadas os melhores momentos. O diretor dispensa os diálogos e apenas enfatiza as imagens bucólicas de uma fazenda no interior da Itália. Focalizando uma natureza naquilo que ela tem de mais misteriosa e bela, num registro seco e direto, mas também apaixonado, as cenas concebidas por Olmi são a prova incontestável da verdade de todos os discursos bradados no início de “Terra Mãe”. Por mais que alguns possam acusar o documentário de panfletário ou ingênuo, a realidade é que a sua engenhosa arquitetura narrativa é cativante e eficiente na defesa do seu ponto de vista.
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