segunda-feira, dezembro 29, 2014

Mommy, de Xavier Dolan ***1/2


Uma das coisas que mais impressiona no cineasta canadense Xavier Dolan é a maturidade humanista das abordagens existenciais de seus filmes, além do extraordinário vigor narrativo de tais produções. Isso já era evidente em sua obra de estreia, “Eu matei a minha mãe?” (2009), lançado quando ele tinha apenas 19 anos, e agora sua marca artística fica ainda mais indelével em “Mommy” (2014). Assim como no seu debut, nesse filme mais recente a trama se concentra num enfoque intimista e familiar, mas que também em seu subtexto traz uma visão bastante coerente e ácida sobre as relações humanas no mundo moderno. A encenação proposta por Dolan é um estranho misto entre atribulados embates físicos e sutis nuances psicológicas. Dentro dessa complexa e intensa concepção formal/temática, revela-se fundamental o esmerado trabalho de direção de atores com o trio protagonista em composições dramáticas que variam com selvagem naturalismo entre a contenção emocional e explosões de ira, alegria e sensualidade.

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