segunda-feira, setembro 14, 2015

Shaun, o carneiro, de Richard Starzak e Mark Burton ***

Nenhuma das tendências mais modernas do cinema de animação parecem dar as caras em “Shaun, o carneiro” (2015). A técnica de stop motion não apresenta qualquer inovação técnica e o conteúdo de seu roteiro beira a ingenuidade em seus dilemas e soluções dramáticas. De certa forma, até parece uma reciclagem de coisas já vistas, em outros desenhos animados (nesse sentido, “A fuga das galinhas” é o que mais vem à mente de imediato). Esse anacronismo da produção dirigida por Richard Starzak e Mark Burton talvez seja o seu grande barato estético. Predomina no filme uma atmosfera atemporal e nostálgica: o comportamento do personagem título e os demais animais da fazenda representam uma síntese entre a singeleza e a ironia, os diálogos são grunhidos bastante expressivos, a trama é um acúmulo de quiproquós amalucados. As aventuras do carneiro protagonista já eram mostradas numa série televisiva, o que explica esse tom de leveza da animação. Está bem longe de ser uma obra-prima, mas também foge bastante das narrativas previsíveis e burocratas do que se faz atualmente na grande maiorias das produções do gênero. “Shaun” tem um grafismo sedutor dentro da sua simplicidade visual, além de algumas memoráveis e convincentes sequencias que fundem com naturalidade humor e ação.

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