terça-feira, agosto 29, 2017

Julho-agosto, de Diastème **

A conjunção cinema francês e juventude sempre vai despertar algum tipo de atenção. Partindo de obras clássicas como “Zero de comportamento” (1933) e “Os incompreendidos” (1959) e chegando a obras mais recentes memoráveis como “O verão do Skylab” (2011), a filmografia da França sempre contou com filmes que trouxeram um retrato vigoroso e poético sobre a temática relacionada ao universo de crianças e adolescentes. Dentro da riqueza desse contexto histórico-artístico, uma obra como “Julho-agosto” (2016) acaba soando bastante frustrante. A sequência inicial até parece indicar algo de promissor ao mostrar a adolescente Laura (Luna Lou) incendiando a caixa de correspondência da própria casa e depois saindo para fumar. A boa impressão inicial vai se desfazendo, entretanto, com o desenrolar da narrativa, com o diretor Diastème se contentando com uma encenação pouco imaginativa e um roteiro esquemático, previsível e conservador. Faltou para o cineasta mais ousadia estética e temática para entregar um trabalho capaz de causar alguma tensão ou atrito para o espectador. Dentro dessa concepção artística meia-boca, salva-se apenas a atuação marcada por alguma crueza da jovem Luna Lou.

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