O Segredo de Beethoven, de Agnieszka Holland ***1/2
“O Segredo de Beethoven” era uma produção que tinha tudo para resultar num draminha água com açúcar sobre os últimos anos de vida do gênio musical do título. Nas mãos de Agnieszka Holland o filme tomou um viés bem mais interessante, principalmente pelo fato da diretora se utilizar de maneira magnífica do excelente material musical que tinha em mãos. A música é quase como se fosse um personagem por si só tamanho o esmero na forma com que é editada com as imagens. Holland faz com que as sinfonias e peças sejam uma extensão perfeitamente coerente da personalidade explosiva e genial de Beethoven. Nesse sentido, o ápice do filme é a seqüência em que a 9ª Sinfonia é apresentada pela primeira vez e regida pelo próprio compositor. A sinfonia não é apenas musical, mas também visual, com som e imagem se combinando e misturando de forma inebriante e deixando o expectador até atordoado e maravilhado com a força de ambos.
Holland só não consegue contornar, no entanto, a caracterização mal focada de Diane Kruger no papel de Anna Holz, a copista e pretensa compositora que se torna uma espécie de “secretária” de Beethoven (Ed Harris, numa boa interpretação que não cai em muitos exageros). O que era para ser uma personagem marcada pela ambigüidade acaba caindo excessivamente para garota meiga e romântica, não sendo explorado de forma satisfatória, dessa forma, a relação entre ela e o compositor.
Tais problemas, entretanto, acabam se tornando pequenos perto dos méritos de “O Segredo de Beethoven”, um dos filmes que melhor exploraram nos últimos tempos as possibilidades de representação da música em termos cinematográficos.
“O Segredo de Beethoven” era uma produção que tinha tudo para resultar num draminha água com açúcar sobre os últimos anos de vida do gênio musical do título. Nas mãos de Agnieszka Holland o filme tomou um viés bem mais interessante, principalmente pelo fato da diretora se utilizar de maneira magnífica do excelente material musical que tinha em mãos. A música é quase como se fosse um personagem por si só tamanho o esmero na forma com que é editada com as imagens. Holland faz com que as sinfonias e peças sejam uma extensão perfeitamente coerente da personalidade explosiva e genial de Beethoven. Nesse sentido, o ápice do filme é a seqüência em que a 9ª Sinfonia é apresentada pela primeira vez e regida pelo próprio compositor. A sinfonia não é apenas musical, mas também visual, com som e imagem se combinando e misturando de forma inebriante e deixando o expectador até atordoado e maravilhado com a força de ambos.
Holland só não consegue contornar, no entanto, a caracterização mal focada de Diane Kruger no papel de Anna Holz, a copista e pretensa compositora que se torna uma espécie de “secretária” de Beethoven (Ed Harris, numa boa interpretação que não cai em muitos exageros). O que era para ser uma personagem marcada pela ambigüidade acaba caindo excessivamente para garota meiga e romântica, não sendo explorado de forma satisfatória, dessa forma, a relação entre ela e o compositor.
Tais problemas, entretanto, acabam se tornando pequenos perto dos méritos de “O Segredo de Beethoven”, um dos filmes que melhor exploraram nos últimos tempos as possibilidades de representação da música em termos cinematográficos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário