Um dos melhores filmes ingleses dessa década, “Meu Amor de Verão” é uma obra que oscila brilhantemente entre dois lados distintos, estando em sintonia perfeita com a trajetória da protagonista Mona (Nathalie Press). Para focalizar a vida da garota em um vilarejo conservador, o diretor Pawel Pawlikowski opta por um estilo seco e de iluminação natural, realçando de forma precisa o ambiente sufocante em que Mona vive ao lado do irmão Phil (Paddy Considine), um ex-presidiário que se tornou um fanático religioso. Quando Mona conhece Tamsin (Emily Blunt), a bela e misteriosa filha de proprietários de uma sofisticada casa de campo das proximidades, a narrativa ganha uma abordagem diferente, beirando quase o delírio, com as garotas entrando numa “trip” cheia de erotismo, chapação e irreverência. O confronto entre a dura rotina no vilarejo e o mundo aparentemente mágico das duas garotas é fascinante, ficando ainda mais atraente quando faz com que Phil veja que no fundo, apesar de todas as suas aparentes certezas religiosas, os seus instintos violentos continuam fortemente latentes.
Pawlikowski, entretanto, descarta o caminho fácil da idealização hedonista, sendo que com o decorrer da trama Mona vai percebendo que Tamsin e o mundo que a rodeia estão bem longe da perfeição que se imaginava. Esse processo de desilusão e amadurecimento da personagem é mostrado de forma dura, fazendo de “Meu Amor de Verão” uma das mais significativas obras cinematográficas recentes a retratar o universo jovem, na tradição de clássicos como “Juventude Transviada” e “O Selvagem da Motocicleta”.
De se destacar ainda em “Meu Amor de Verão” a brilhante utilização de sua trilha sonora, na maioria composta por canções de Will Gregoy e Alison Goldfrapp, duo esse também conhecido simplesmente como Goldfrapp. A música faz o complemento perfeito para o clima etéreo e inebriante que ronda por boa parte do filme, sendo que o auge desse casamento feliz entre música e imagens é na fantástica seqüência em que Mona e Tamsin, completamente entorpecidas, começam a dançar em um baile no vilarejo ao som de uma careta bandinha local, mas na verdade está escutando em suas mentes a maravilhosa “Lovely Head” do próprio Goldfrapp, num trabalho engenhoso de edição.
Pawlikowski, entretanto, descarta o caminho fácil da idealização hedonista, sendo que com o decorrer da trama Mona vai percebendo que Tamsin e o mundo que a rodeia estão bem longe da perfeição que se imaginava. Esse processo de desilusão e amadurecimento da personagem é mostrado de forma dura, fazendo de “Meu Amor de Verão” uma das mais significativas obras cinematográficas recentes a retratar o universo jovem, na tradição de clássicos como “Juventude Transviada” e “O Selvagem da Motocicleta”.
De se destacar ainda em “Meu Amor de Verão” a brilhante utilização de sua trilha sonora, na maioria composta por canções de Will Gregoy e Alison Goldfrapp, duo esse também conhecido simplesmente como Goldfrapp. A música faz o complemento perfeito para o clima etéreo e inebriante que ronda por boa parte do filme, sendo que o auge desse casamento feliz entre música e imagens é na fantástica seqüência em que Mona e Tamsin, completamente entorpecidas, começam a dançar em um baile no vilarejo ao som de uma careta bandinha local, mas na verdade está escutando em suas mentes a maravilhosa “Lovely Head” do próprio Goldfrapp, num trabalho engenhoso de edição.
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