Na tradição do cinema iraniano e outras cinematografias orientais contemporâneas, “A Grande Final” é uma obra que resgata alguns dos princípios básicos da escola neo-realista: registro visual com influências documentais, presença de atores amadores, temática de forte conotação social ou quotidiana. E apesar de não trazer grandes novidades, é um filme que encanta pelo surpreendente bom humor ao retratar o impacto da final da Copa do Mundo de 2002 em três localidades inóspitas e selvagens ao redor do mundo, sendo bem sucedido também ao conseguir retratar com fidelidade características marcantes de tais regiões como o preconceito racial, o fundamentalismo religioso e a vida nômade. O que surpreende o espectador, principalmente aquele ocidental, é o fato de que, dentro de uma aparente desorganização e desconforto e com pessoas que apresentam valores tão diferenciados, um evento como um jogo de futebol consegue mobilizar e até mesmo unir grupos de pessoas tão heterogêneos.
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