Uma visão sobre o violento período em que Idi Amin governou Uganda é uma premissa que certamente despertaria interesse e criaria alguma expectativa para “O Último Rei da Escócia”, mas quem tem essa esperança poderá se decepcionar quando assistir ao filme. O diretor Kevin MacDonald é extremamente burocrático na condução da obra, preferindo se ater a uma concepção bem comportada e estereotipada dos fatos. Formalmente, não apresenta maiores ousadias, com exceção de alguns momentos na meia-hora final do filme em algumas seqüências de violência gráfica que chegam a lembrar Tony Scott. E a oscarizada e tão comentada atuação de Forest Whitaker na pele do ditador africano nem é todo esse bicho que se fala. Whitaker é apenas correto, com uma interpretação dramática mais preocupada em fazer mimetismos do que propriamente explorar nuances da figura de Idi Amin. No departamento “interpretação de figuras históricas”, o ator foi bem melhor sucedido na composição emocionante e visceral de Charlie Parker no belo “Bird” de Clint Eastwood.
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