Quando assisti ao trabalho anterior de Isabel Coixet, “Minha Vida Sem Mim” (2003), o que realmente me chamou a atenção foi o desempenho sensacional de Mark Ruffalo. No meio de uma obra apenas regular e até mesmo um pouco afetada, a atuação de Ruffalo dava uma surpreendente força para a narrativa, oferecendo tensão e paixão para uma trama que não oferecia maiores sobressaltos. E aí que se encontra o grande problema de “A Vida Secreta das Palavras”: não há nem mesmo um Mark Ruffalo para dar uma dimensão maior ao filme, além de trazer tudo aquilo que já desagradava em “Minha Vida Sem Mim” – a narração excessivamente literária e que explicita as razões da obra, a sensibilidade “fake” e sentimentalismos manipuladores, a atuação catatônica de Sarah Polley (e que aqui encontra um “par ideal” em Tim Robbins, num registro repleto de expressões apalermadas). Isso sem falar que o filme apresenta uma lógica masoquista/conservadora do tipo “eu te amo tanto pelo teu sofrimento” que chega a ser patética.
“A Vida Secreta das Palavras” não pode ser considerado um desastre por uma certa originalidade de Coixet em saber explorar as possibilidades visuais da plataforma petrolífera onde se passa boa parte da trama, sendo que a cineasta consegue obter algumas boas tomadas. Mas isso não chega a compensar tanto a irritação pela afetação chic de Coixet, típica de várias produções “sensíveis” desse começo de milênio.
“A Vida Secreta das Palavras” não pode ser considerado um desastre por uma certa originalidade de Coixet em saber explorar as possibilidades visuais da plataforma petrolífera onde se passa boa parte da trama, sendo que a cineasta consegue obter algumas boas tomadas. Mas isso não chega a compensar tanto a irritação pela afetação chic de Coixet, típica de várias produções “sensíveis” desse começo de milênio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário