Assim como “Jogo de Cena” (2007) e “Juízo” (2008), “FilmeFobia” (2008) é uma obra que se pretende como uma terceira via entre o documentário e a ficção. O diretor Kiko Goifman organizou o filme de forma episódica, em que cada parte focaliza um indivíduo que é exposto ao seu maior medo. Entremeando os episódios, há seqüências em que a fobia e a sua relação com o cinema são discutidas, além de haver um questionamento sobre o próprio processo das filmagens. Em um determinado momento, a estrutura de “FilmeFobia” não aparenta ser tão complicada: as histórias das pessoas ali filmadas são fictícias, mas o registro escolhido é o formato de um documentário. Quando se acha que está entendo essa esquematização dramática da produção, há mais uma surpresa que torna o processo novamente difuso: o crítico de cinema Jean-Claude Bernardet, interpretando a si mesmo, começa a trazer para a ficção elementos reais da sua vida.
Os métodos de exposição dos fóbicos aos seus temores podem evocar algo na linha de “Jogos Mortais”, mas os interesses de Kiko Goifman são diversos. O detalhamento dos modos de estudo/tortura e a reação apavorada das “cobaias” trazem uma perturbadora relação entre o cruel e o cômico e também revelam dúvidas: as questões levantadas pelo filme são para serem levadas a sério? Mas se é uma piada, por que se fica angustiado com a mesma? E faz parte da brincadeira Bernardet mostrar alguns dos duros detalhes da sua rotina de portador do vírus da AIDS? É justamente nesse campo de dúvidas e contradições que se revela o fascínio de “FilmeFobia”, mesmo com as eventuais irregularidades do seu ritmo narrativo.
Os métodos de exposição dos fóbicos aos seus temores podem evocar algo na linha de “Jogos Mortais”, mas os interesses de Kiko Goifman são diversos. O detalhamento dos modos de estudo/tortura e a reação apavorada das “cobaias” trazem uma perturbadora relação entre o cruel e o cômico e também revelam dúvidas: as questões levantadas pelo filme são para serem levadas a sério? Mas se é uma piada, por que se fica angustiado com a mesma? E faz parte da brincadeira Bernardet mostrar alguns dos duros detalhes da sua rotina de portador do vírus da AIDS? É justamente nesse campo de dúvidas e contradições que se revela o fascínio de “FilmeFobia”, mesmo com as eventuais irregularidades do seu ritmo narrativo.
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