domingo, outubro 18, 2009

Muriel ou O Tempo de Um Retorno, de Alain Resnais ***1/2


Depois do desfile de diversos recursos estéticos em “Hiroshima Meu Amor” (1959) e “O Ano Passado em Mariembad” (1961), “Muriel” (1963) parece uma desacelerada em termos de ousadias formais por parte do cineasta francês Alain Resnais. O diretor aparenta estar muito mais focado na trama em si do que em experimentos narrativos. Isso até pode ser frustrante para aqueles que esperam constantes inovações de Resnais, mas “Muriel” está bem longe de ser uma obra puramente convencional. Tem-se o característico choque entre o olhar distanciado do diretor e um roteiro de tons intimistas, o que provoca no espectador uma fascinante sensação de estranhamento. O olhar da câmera de Resnais é discreto e elegante, ajudando a compor uma narrativa que parte de um rigoroso drama familiar e que chega a momentos fina ironia.

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