Por mais que se diga que o que importa no cinema não é o que se conta, mas sim a forma como se conta, há filmes cujo foco principal está na história e onde ousadias formais estão descartadas. “Educação” (2009) é um desses casos. A trama, assinada pelo célebre escritor Nick Hornby, narra o processo de amadurecimento precoce de uma menina de 16 anos após ser enganada por um trintão bom de papo, servindo também como interessante crônica de costumes da Inglaterra do início dos anos 60. Edição e fotografia são eficientes, e, aliadas à trama, conseguem captar razoavelmente a atenção do espectador. E se o que nos resta é prestar atenção no roteiro, não há como não ficar frustrado com o teor moralista e convencional do mesmo. Por mais que a protagonista tenha desafiado a autoridade de seus pais e professoras e contestado a moral burguesa da sociedade britânica da época, a conclusão do enredo parece fazer uma questionável apologia do conformismo. A sensação fica ainda mais incômoda quando lembramos que o texto do filme é produto da escrita de Hornby, um dos mais ardorosos defensores da mitologia rocker.
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