Não se iludam com os prêmios para Sandra Bullock e todas as indicações que “Um Sonho Possível” (2009) recebeu: a atuação dela é tão rasamente consistente quanto outras das comédias românticas insossas que ela costuma trabalhar, bem como a produção dirigida por John Lee Hancock é um sério concorrente a filme mais medíocre a ser exibido nas nossas telas esse ano. A narrativa esquemática tira qualquer impacto que poderia ter a história real na qual o roteiro é baseado. Hancock transforma tudo em um ameno draminha cor de rosa unidimensional recheado de fáceis lições de vida. O protagonista Big Mike é tratado como um gigante taciturno, mas de bom coração, e a família que o acolhe tem uma caracterização que beira o patético de tão simplista: o pai paciente, a filha mais velha bonitinha e meiga, o caçula adoravelmente esperto e, por fim, a mãe perua durona e decidida, mas no fundo sentimental (talvez, o máximo de complexidade que Hancock e Bullock possam compor). Nem as novelas mais xumbregas que costumam ser exibidas na televisão ousam ser tão previsíveis e conservadoras quanto “Um Sonho Possível”, o que mostra que Oscar, Globo de Ouro e outras coisas do tipo não são, atualmente, o parâmetro mais confiável para se escolher um filme para ver no cinema.
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