É inegável em “Um Doce Olhar” (2010) a beleza plástica de alguns planos obtidos pelo diretor turco Semih Kaplanaglu nas densas florestas turcas que compõe o pano de fundo para uma narrativa lenta e contemplativa. O cineasta explora os silêncios de forma constante, na intenção de que as imagens sejam a força motriz da narrativa, evocando, assim, uma série de estetas cinematográficos que foram balizares no estabelecimento desses cânones estéticos. Há também no filme uma interessante combinação de universos, em que realidade e sonho parecem se fundir sutilmente. Todas essas qualidades, entretanto, não escondem que “Um Doce Olhar” é uma obra que parece cativar apenas por um certo exotismo étnico do que propriamente pelo fato de ser um filme envolvente. Mesmo as suas virtudes parecem uma série de truques formais que já foram mais que devidamente usados e abusados, ainda que o torne um passatempo por vezes agradável (mas facilmente esquecível).
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