sábado, abril 23, 2011

Eu Sou O Número Quatro, de D.J. Caruso *



Pode-se dizer que em termos teóricos a premissa básica de “Eu Sou O Número Quatro” (2011) seria interessante. A intenção de reciclar uma série de referências de histórias clássicas de super-heróis e de ficção científica pop visando e apresentá-las de forma revigorada para as novas gerações é promissora. O problema é que ao tentar agradar demais tais platéias novatas o filme mais descaracteriza suas fontes do que as engrandece. Dessa forma, o que era para ser uma aventura de conflitos entre raças alienígenas na Terra, tendo como protagonista uma jovem geração de superseres, acaba mais parecendo uma mistura indigesta de “Smallville”, “Malhação” e a série “Crepúsculo”. Para uma obra que se pretende de ação fantasiosa, acaba-se perdendo cerca de um terço do tempo de duração do filme com uma traminha mequetrefe de dramas colegiais (o tipo atlético boçal que pega no pé do mocinho, a garota bonita e inteligente desejada por todos, o nerd que todo mundo adora pegar no pé – pode crer, todos estão ali!). E quando finalmente a história parte para os momentos tão aguardados de quebra-pau entre mocinhos e vilões, o diretor D.J. Caruso se perde numa encenação que mais parece um vídeo game ruim. No meio de tantas concepções equivocadas, boas idéias como a interessante e assustadora composição visual dos vilões mogadorianos acabam desperdiçadas.

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