Seria fácil descartar “Sexo Sem Compromisso” (2011) como mais uma dessas insossas comédias românticas que constantemente aparecem no cinema. Também é de se considerar que o diretor Ivan Reitman já fez coisa bem melhor na área cômica (“Os Caça-Fantasmas”, “O Feitiço do Tempo”). Mesmo assim, esta obra mais recente traz algumas qualidades que a diferenciam de outras produções do gênero. Para começar, a caracterização dos personagens consegue evidenciar uma certa densidade psicológica nos seus conflitos existenciais (nesse caso, Natalie Portman oferece uma dimensão humana acima da média para a personagem principal). Os desencontros amorosos do casal de protagonistas são consistentes nas suas encenações. É mérito de Reitman também embalar essa abordagem dramática dentro de uma concepção cômica razoavelmente eficiente, com direito, inclusive, a momentos de comédia mais grosseira. O que impede que “Sexo Sem Compromisso” atinja vôos mais altos é a sua formatação convencional que dirige o filme para forçosas e fáceis soluções temáticas (lições de vida, finais felizes), o que acaba reduzindo o impacto que algumas sequências têm ao propor uma visão um pouco menos óbvias das relações amorosas contemporâneas.
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